HOMENAGEM AO
MELIPONICULTOR
RENATO BARBOSA
QUANDO DA INAUGURAÇÃO DO MELIPONÁRIO
IRINEU RENATO BARBOSA, NO INSTITUTO FEDERAL SERTÃO PERNAMBUCANO - CAMPUS EM OURICURI - PE, 02.12.2015
IRINEU RENATO BARBOSA nasceu no
Município de Timbaúba, zona da mata pernambucana norte. Dentista de profissão
era um apaixonado pelas abelhas nativas. Participou da fundação da APIME –
Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores, em 1991, no Recife –
PE.
Instalou alguns meliponários, ou
melhor, por onde convivia tinha abelha por perto. Um meliponário estava em sua
casa, no bairro do Hipódromo no Recife-PE. Depois transferiu seu consultório
odontológico para uma casa cujo terreno se unia aos fundos ao terreno de sua
residência, tornando-se um caminho com muitas árvores, arbustos e ervas onde diversas
estruturas com as colmeias ornamentavam seus quintais. Uruçus, jataís,
moças-brancas, uruçus-mirim, mosquito e uma “ramela” povoavam colmeias de todos
os tamanhos.
Era nesse espaço que recebia amigos,
parentes e clientes (pacientes) onde tinha orgulho de mostrar as suas abelhas.
Confeccionou um sistema de segurança para as colmeias, em que só com uma chave
“halen” se podia abrir o fecho e levantar as tampas das colmeias. Gostava de
alimentar as abelhas e para isso, quando não fazia “garapas”, comprava mel de abelha italiana. Chegou a se
aventurar na apicultura no município de Ipojuca, perto da sua casa na Praia de
Porto de Galinhas, para alimentar as
abelhas nativas.
Contava histórias, ou melhor,
“causos” como poucos. De maneira sutil sempre era estimulado a contar uma
história a partir de uma conversa ou de algo que fizesse lembrar os “caboclos”
ou situações de sua vida no interior. Muito divertido e espirituoso.
Sempre cercado de amigos
meliponicultores, por vezes priorizava essas relações e preteria atividades
sociais, pois o mesmo também era bastante conhecido em círculos sociais e da
política regional.
Sempre foi um sócio atuante da APIME
e uma referência da nossa instituição no meio da meliponicultura. Era de fácil
convivência e por sua maneira divertida de contar suas histórias atraia os
amigos. Fez uma grande amizade com Dr. Paulo Nogueira Neto com o qual trocava
muito minutos, por que não dizer horas, de conversa ao telefone. Visitou o
Meliponário do Dr. Paulo em São Simão, São Paulo.
Sempre participou dos Congressos
Brasileiros de Apicultura onde não perdia um só “mini-curso” de meliponicultura
com a mesma animação como fosse o primeiro.
Montou um meliponário no agreste
pernambucano e por diversos finais de semana, acordava de madrugada e partia
muito cedo, do Recife para ver suas abelhas em Taquaritinga do Norte.
Gostava de convencer os criadores de
abelhas nativas a transferirem suas colmeias de cortiços para caixas racionais,
pela facilidade de manejo. Explicava aos agricultores assim: essa caixa de
abelha (colmeia racional com tampa) é parecida com uma caixa de sapato que a
gente abre e vê o sapato, no cortiço (tronco) não dá para ver o ninho das
abelhas. E assim, os convencia. Simples.
Em certa ocasião, foi explicar a um
criador de uruçu como fazer uma multiplicação de colônia. Começou dizendo que
era bom identificar o disco de cria maduro, procurar a “princesa”, colocar potes
de pólen (saburá) e de mel, um pouco de invólucro (camada de cera), colocar a
caixa nova no lugar da velha e a colmeia velha para ser levada para um novo
local. Depois da explicação, Renato pergunta ao criador como ele antes fazia a
divisão das colmeias.
Aí o agricultor lhe perguntou: fazer
uma “filhação”?
Doutor, aqui eu faço assim: abro a caixa
(colmeia), pego uma peixeira bem amoladinha, miro bem no meio da filhação
(discos de cria), olho com cuidado para livrar a mestra (abelha rainha) e meto ela
(peixeira) bem no meio. Aí pego uma parte coloco numa caixa e outra parte na
outra. E dá certo!!!....
Essa história, inúmeras vezes
contadas por Renato a seus amigos, pesquisadores, professores,
meliponicultores, simboliza bem a forma alegre dele ser meliponicultor.
02 de dezembro de 2015
Alexandre Moura
Presidente da APIME
Uma justa homenagem ao Dr Renato, que tanto contribuiu para a meliponicultura pernambucana e brasileira.
ResponderExcluirBela homenagem.
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